De Olho No Céu
O MITO
12 de Setembro de 2019
Tântalo
O MITO


Olá a todos,

A mitologia é um tema fascinante, pelas estórias cheias de aventuras, intrigas, envolvendo personagens complexos, algumas vezes heroicos e valorosos, outras cruéis e disfuncionais. Seus feitos, contados por muitas gerações, serviam como exemplo de conduta, aplicação de leis e costumes e na observação da relação entre os deuses e a humanidade. Os mitos deixaram vivo seu legado em inúmeras áreas da compreensão humanística, na arte e ajudando o desenvolvimento da civilização. Para a astrologia, os mitos são os personagens internos, a alma humana. A necessidade de compreender os desejos e motivações, a conexão superior que representa a vida.

CONHECE-TE A TI MESMO
LEMBRA-TE DE QUEM VOCÊ É
RECONHEÇA O SEU LUGAR NO COSMOS
NADA EM EXCESSO

O significado da inscrição no Oráculo de Delfos, templo de Apolo, para muitos é um enigma indecifrável, mas que resume em três palavras a ordem para criar e preservar a harmonia da vida humana: conhecimento, responsabilidade e equilíbrio. A conexão com a alma do universo sustenta essas ações com o amor, a ética e a compaixão. O que poderia ser muito simples, se não seguisse o sentido inverso de valores por tantas pessoas.

A mitologia nos deixou essas e muitas outras orientações, que reconta e repete a nossa história como um grande teatro, mostrando que os personagens tem poder, mas podemos lidar e enfrentar cada um deles, quando nos lembramos de quem somos e reconhecemos nosso lugar. Nada é por acaso e tudo forma um sentido mais claro quando buscamos o conhecimento.

O MITO DE TÂNTALO

Tântalo foi o mitológico rei da Frígia e que teve dois filhos, Níobe e Pélops. Muito popular entre os deuses por ser falante e extrovertido, era constantemente convidado para os banquetes. Os deuses, iludidos por sua aparência amigável, deram-lhe a liberdade de seu convívio e poder de influência sobre a terra. Mas Tântalo não era um ser de bondade. Para se vangloriar, contava para seus conhecidos as conversas que ouvia entre os deuses e roubava os manjares do Olimpo, servindo-os em suas próprias festas. Não satisfeito, Tântalo convidou os deuses para uma ceia em sua casa, oferecendo-lhes como alimento seu filho Pélops, que ele mesmo assassinara e esquartejara na véspera. A deusa da natureza, Deméter, que se encontrava triste pela ausência da filha, não se apercebeu e comeu uma parte do ombro. Os outros deuses, ao descobrirem o horror cometido por Tântalo, devolveram a vida a Pélops, refazendo seu ombro com mármore. Por sua ignomínia, Tântalo foi lançado a um castigo exemplar: mergulhado em um poço com água e frutas, mas sem jamais poder beber e comer, pois sempre que tentava se aproximar, fugiam de seu alcance.

O mito de Tântalo mostra o quanto podemos ser enganados pelas aparências, que precisamos observar a conduta por trás das palavras. Que quando relevamos o primeiro e o segundo delito (a mentira e o roubo), o terceiro pode ser ainda muito pior (a morte). Tântalo veio da linhagem de Orestes, amaldiçoada por tantos assassinatos que teve de ser criado um juri especial para julgá-los. Depois, tanto sua filha Níobe como Pélops, foram também castigados por desrespeito e soberba. Para os deuses, Tântalo foi um rei falastrão, mentiroso, ladrão e assassino, enganando a todos com sua aparente amabilidade. Um ser que deve-se tomar atenção e cuidado.

A lição que aprendemos com os mitos é observar seu contraste com a humanidade, especialmente nas relações de poder. Acompanhar o desenvolvimento político não é apenas necessário, visto que afeta a vida de todos, mas uma responsabilidade humana. Seguindo os princípios da inscrição de Delfos, o bom poder deve seguir as leis do conhecimento e da responsabilidade, porque assim levará todos ao equilíbrio, gerando o ambiente em que prospera o amor, a ética e a compaixão. O poder que afasta o conhecimento e nega sua responsabilidade com a justiça comum, vai gerar sentimentos opostos, como o ódio, o egoísmo e a imoralidade. Quantos Tântalos estamos acumulando na terra? Somos como os deuses, passíveis do engano e ilusão, mas como eles também podemos refazer o que foi quebrado e ainda construir algo melhor.

Abraços estelares,
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